terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O peso da desgraça

Há um ano atrás escrevi aqui uma série de resoluções que tinha intenção de ver cumpridas durante o ano de 2011, sendo que uma delas era emagrecer uns quilinhos. A coisa até nem correu muito mal e perdi mais do dobro do peso a que me tinha proposto, em cerca de 4 meses. E se grande parte da minha roupa não me servia antes por estar apertada, a verdade é que depois também não, a menos que quisesse trazer alguém comigo lá dentro. É que desapareceu tudo: os pneuzinhos (de camião) e a casca de laranja, mas também outras "proeminências" mais... significativas!

Mas foram uns meses muito lindos que se seguiram: já conseguia respirar normalmente dentro das calças de ganga, sem ficar azul; não tinha que inspirar bem fundo para esconder a barriga sempre que passava por um “jeitoso” ou por uma miúda do liceu; quando ia correr não sentia o coração nos ouvidos, nem as mamocas a bater no queixo; podia usar t-shirts justas sem prejuízo de imitar o famoso cão Sharpei; e tinha umas análises ao sangue dignas de serem emolduradas e afixadas na entrada da Junta de Freguesia, ao lado dos Editais! Tempos felizes esses em que conseguia ir ao supermercado sem sair de lá com um pacote de batatas fritas (que já chegavam a meio a casa) ou sem uma embalagem de donuts (que se sobrasse algum podia dar azar). 

De maneira que me senti muito orgulhosa por ter alcançado este feito. E sabem qual foi o segredo? Não foram os litros de sopa, nem os quilos de maçã cozida que substituiram as toneladas de massa, de arroz e de carnes vermelhas. Não foram as horas no ginásio a correr, nem sei bem atrás de quem, em vez de estar no sofá a ver as minhas maravilhosas séries. Também não teve nada a ver com as 7 refeições diárias obrigatórias, que fez com que a minha vida passasse a ser gerida pelo toque dos alarmes do telemóvel (no final já parecia o cão de Pavlov). A chave do sucesso foi beber água como se não houvesse amanhã, o que me fazia passar o dia a correr para a casa de banho. E quando ela está na ponta oposta, do piso de cima, do sítio onde se trabalha, uma pessoa costuma perder uns quilos valentes nessas viagens mais que frequentes! 

E, ao contrário do que pensava, ainda me consegui manter assim durante uns meses. Mas, já se sabe, o Inverno aproxima-se e a formiguinha tem que se preparar. E nada melhor do que uns bons centímetros de camada “odiosa” para fazer frente a este frio que se hospedou este Inverno na minha casa, primeiro escondidos com os casacos, depois com os cachecóis, e agora com o edredão vestido (o frio e a gordura)! De maneira que, ultrapassado que foi o valor limite de peso que me impus para fazer alguma coisa, aqui estou eu, uma vez mais, a comprometer-me publicamente em mudar esta situação.

Há já algum tempo que meio mundo me andava a chatear para mudar para um determinado ginásio porque, ao contrário do que acontecia no que frequentava, nunca iria sozinha. E foi então que pensei. E se, em vez que gastar quase 60€ por mês num ginásio de luxo no qual não ponho lá os pés desde o Verão, mudasse para um que me fica a metade do preço, mesmo que também lá não vá? Assim, a (não) prática desportiva sempre me ficava mais em conta! E assim foi. Mudei-me de malas e bagagens para esse, que sempre me sobrava algum dinheirinho para gastar em eclairs e croissants! Claro que lá voltei eu ao meu drama da ponte que, se bem se lembram, foi um dos motivos que me fez mudar para o anterior ginásio... Mas isso agora não interessa nada!


Que categoria!!! No primeiro dia saí de lá logo com a avaliação física marcada para a visita seguinte, que este é um ginásio muito digno onde as pessoas não ficam à espera de serem magras para lhes fazerem um programa de treino. Depois do relambório de perguntas que mais parecia o de um seguro de saúde para uma pessoa com 60 anos, seguiram-se as quinhentas medições. Ele foi medição dos índices de massa, das tensões, da flexibilidade, de 500 perímetros dos meu corpo, das pregas (ai meu Deus, as pregas!), ... A fita métrica varreu de tal forma o meu corpo que, a páginas tantas, até lhe perguntei se ia demorar muito até fazer a primeira prova do vestido de gala! Mas fiquei muito satisfeita. Sim, senhor! Isto é que é serviço de qualidade. Só não gostei tanto quando vi a conta a pagar, ou seja, os dois pares de quilos que tenho que eliminar e o respectivo plano de treinos!

Ainda assim, a coisa correu melhor do que esperava e saí de lá com uma motivação de tal ordem que fui literalmente a correr para a passadeira, onde estive durante 40 minutos (30 dos quais em corrida). 30 MINUTOS, meus senhores! Para uma velha enferrujada que ultimamente só fazia pilates e outras modalidade onde não se transpira nada, a não ser preguiça, isto foi o acontecimento do ano!

A ver vamos durante quanto tempo vai durar esta motivação exlosiva, porque a experiência diz-me que será só durante as primeiras... 2 visitas ao ginásio!!! 



2 comentários:

  1. PARABÉNS!!!! Não se preoculpe que quando esta motivação passar, outras virão!!!! Use esse post como inspiração! Adorei, vc me deixou super motivada.
    abraços

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  2. Olá Ana Paula,

    Ja não me lembrava deste post e agora que o comentou é que me apercebi que não sei onde deixei a motivação... Preciso de a encontrar rapidamente!!!

    Fico contente que tenha gostado do que escrevi. Sugiro que dê uma vista de olhos ao post "TRX - Treino, Riso e Xuspensão".

    Um beijinho.

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