quinta-feira, 18 de abril de 2013

Mom to Be - Parte III

(sequela do Mom to be - parte II, publicado em 20 de Março de 2013)

Fazes xixi para um pauzinho, recebes a notícia tão esperada, mas não acreditas e resolves repetir... DUAS VEZES. Mesmo assim, continuas desconfiada e, na ausência de sintomas, ponderas seriamente uma gravidez histérica. Mas, depois do mundo saber a novidade (e de ter acalmado também), de começares a devorar livros da especialidade e de veres a tua descendência desenhada a duas dimensões num ecrã monocromático, começas finalmente a acreditar que estás grávida. É que não ter enjoos, nem tonturas, nem um sono desmedido às duas da tarde, faz-te duvidar muitas vezes se estás ou não a gerar uma criança no teu ventre… Não fosse aquela fome que te faz parar de pensar, te põe ceguinha e obriga os teus amigos a irem contigo ao McDonalds às 3h30 da manhã e quase que ias fazendo o 4º teste de gravidez. Mas agora que estás finamente mentalizada que a tua vida vai mudar para sempre, começas a sentir algo de novo e surpreendentemente arrebatador. E não, não estou a falar (só) dos gases. Seguem-se comportamentos estranhos, mistos de loucura e de sanidade, confusos aos olhos do comum mortal, mas familiares a qualquer mamã:
  • Para começar, vais de 5 em 5 minutos ao espelho ver se a tua barriga cresceu, se esconde o teu pneumático de estimação e se, finalmente, mostras à humanidade o quão orgulhosa estás pelo teu novo estado de graça – mas depois reconheces que talvez (só talvez) às 7 semanas ainda seja um bocadinho (só um bocadinho) cedo de mais para estas paranóias;
  • Entras numa loja para experimentar aquelas calças pré-mamã fantásticas e hiper-confortáveis, mas tens o bom senso de recuar, já que a cinta elástica que irá abraçar uma barriga proeminente cai como se estivesses untada com óleo a tentar trepar a um poste de electricidade;
  • E, quando finalmente te começas a parecer com uma viatura monovolume (50% porque o teu filho está a crescer, 50% porque descobriste o verdadeiro significado da palavra fome), resolves fazer uma arrumação ao teu guarda-roupa – entre peças que não vais vestir nos próximos meses e as que, por muito que queiras, nunca mais vais vestir (mas que te recusavas a livrar-te delas), sobram-te meia dúzia de trapitos que só vais poder vestir quando o S. Pedro parar de despejar os penicos e acender a lareira;
  • Vais para a fila do supermercado reservada a grávidas, mas não tens coragem de reclamar o teu direito porque achas que ainda não precisas dessas benesses – mas dás por ti a abrir subtilmente o casaco, a afastar o lenço para os lados e a empinar a minúscula barriga para a frente – e quando alguém o reconhece fazes aquele ar surpreendido e contas a toda a gente que a tua barriga já não passa despercebida;
  • Não, tu não és como as outras grávidas cujas hormonas despoletam uma segunda personalidade (e terceira, e às vezes uma quarta bem dissimulada) - o teu marido é que resolveu, depois que soube que estás neste estado de "graça", "desgraçar-te" o juízo;
  • E juntamente com a tua, também a personalidade de alguns dos teus órgãos se altera ou multiplica; por exemplo, não tens enjoos, mas se te arriscas a demorar mais do que as três horas (ou menos) para fazeres uma nova refeição, o teu estômago zanga-se contigo, amua e recusa o que depois lhe tentares impingir, sobretudo líquidos - e nem sequer te faz um aviso prévio para teres tempo de chegar à casa de banho, só para aprenderes;
  • A tua bexiga também resolve partilhar este distúrbio e passas a ser a melhor cliente da tua marca de papel higiénico e do serviço de abastecimento de água do teu concelho; gastas as solas dos sapatos de tantas vezes que vais à casa de banho, onde metade das quais só libertas 5ml, fruto das partidas que este órgão teima em pregar-te; de noite já ligas o piloto automático para ires à casas de banho e perdes a noção das vezes que lá foste; começas a pensar se tens a canalização furada já que não aguentas 5 minutos depois de beberes um copo de água;
  • Mas não ficamos só pela bexiga e pelo estômago porque quando achas que tens esta situação resolvida, e dizes a plenos pulmões que desde que estás grávida, não se passa nada contigo (só porque não tens enjoos), mudas a medicação, tomas mais ferro e paras no trânsito com um congestionamento na tripa (obstipação, para os mais polidos de discurso) - passas horas sentada na sanita, sabes de cor o número de azulejos que a tua casa de banho tem e chegas finalmente ao último nível daquele jogo de telemóvel que descarregaste há mais de um ano;
  • Não tens preferência por menino ou menina, mas praticamente toda a gente (que tem vergonha de te chamar gorda) te diz que pela forma arredondada da tua barriga, da tua anca e da tua cara (enfim... de todas as tuas formas) só pode ser uma menina - e tu ficas toda contente com esta sabedoria anti-científica, já que afinal o teu pneumático de estimação, na verdade, não é gordura, mas sim a tua filha a crescer dentro dele, mesmo que seja para as laterais;
  • Vais fazendo ecografias todos os meses, mas o teu bebé, que é digno como a mãe, cruza bem as perninhas e não conta ao mundo se vai fazer xixi de pé ou sentado - até ao dia em que, por breves segundos e só à vista dos olhos experientes da tua médica, mostra que todos os amigos da tua mãe que já têm um filho rapaz, se poderão vingar de todos os disparates que a tua metade boa lhes foi ensinando, desde que nasceram.


 
Apesar de estares à espera que a médica te dissesse que era uma menina, naquele momento descobres que era mesmo um menino que querias e, apesar do S. Pedro continuar a despejar os penicos, o teu dia ilumina-se de uma forma que nunca serias capaz de imaginar!

Claro que alguém que fez três testes de gravidez não vai desatar a comprar babygrows azuis, nem a pintar já o quarto todo daquela cor, sem antes fazer mais uma ecografia na médica e a morfológica às 20 semanas (pelo menos). De qualquer modo, já sonhas com o teu rapaz a começar a dar os primeiros pontapés numa bola do benfica à rebelia da mãe e a contar-te que tem três namoradas lá no infantário, ainda que nenhuma delas saiba disso.


quarta-feira, 20 de março de 2013

Mom to be - Parte II

(sequela do Mom to be - Parte I, publicado em 12 de Abril de 2012)

Há um dia em que acordas e pensas: "tenho um maridão 5 estrelas, um emprego estável (mais ou menos, dada a conjuntura), uma casa minimamente confortável, faço férias com uma regularidade que me permite manter a minha sanidade mental, tenho alguns passatempos, mas… Falta alguma coisa!". E toda a gente responde a isto: “precisas é de ter um filho!”. Mas será que é mesmo isso que faz falta?

Passamos uma vida inteira atormentadas pelos relatos dos partos naturais da nossas tias, avós e mães, acompanhados por dores lancinantes, horas infinitas em trabalho de parto e intermináveis cortes e suturas. Mais as noites mal dormidas, as mamas doridas, os cabelos vomitados e os terríveis desequilíbrios hormonais. E de cada vez que alguém fala nisso, pensas: “mas é mesmo disso que eu preciso?”. E num instantinho voltas à realidade confortável, satisfeita por poderes ir ao ginásio depois do trabalho (mesmo que não vás), por conseguires manter as unhas impecavelmente arranjadas e impecavelmente grandes, por poderes dormir até ao meio-dia aos fins-de-semana e por não teres que andar com o cabelo amarrado 25 horas por dia. E agradeces por teres resistido a esse rasgo de insanidade que quase te fez perder a tua independência.

Depois começas a notar comportamentos realmente bizarros nas tuas amigas e, num instante, aquilo que pareciam ser estranhos rituais alimentares, materializam-se num pequeno papel onde a novidade é dada: vem aí um bebé! Entras em delírio absoluto. A primeira gravidez do grupo é acompanhada segundo a segundo, como se da tua se tratasse, e entras em taquicardia no momento do parto, quase como se, por solidariedade com a tua amiga, estivesses também tu a sentir as contracções. Mas ainda não é aí que o clique se dá para desatares a procriar.

Dali a pouco tempo vem mais um papelinho e, com ele, mais um bebé! E outro, e mais outro. A páginas tantas parece que a tua vida está repleta de mulheres grávidas e de crianças a nascer. Não há um dia em que abras o teu facebook que não vejas mais uma fotografia de uma criança acabadinha de vir ao mundo nem pedidos de adesão a páginas de puericultura. E continuas a achar imensa piada, por ser aos outros que está a acontecer, e não a ti, que ainda não te sentes preparada, madura, nem com o "chamamento". E cada vez mais te dás por satisfeita com a vida organizada e autónoma que levas.

Tudo isto até ao dia em que entras num consultório médico, depois de uma visita que já devia ter chegado e que nunca mais vem, analisam o teu útero vazio e te dizem: "hummm... se calhar vai precisar de umas pastilhinhas para resolver aqui uma situação...". E é aqui que o teu mundinho planeado, resolvido e feliz sofre um pequeno abalo sísmico de 7,3 na escala de Richter. "Espera aí! Afinal isto não funciona quando queremos, tipo interruptor?". Sentes que afinal de contas não tens grande controlo sobre a tua vida e que nunca deverias ter feito planeamentos sem margem para decalages. Esperas por chegar a casa para falar com o maridão, mas na pequena viagem de 15 minutos que fazes, sentes as tuas prioridades a mudarem rapidamente de posição. Deixas de te lembrar das histórias dos partos horrorosos e só te vêm à cabeça os dramas de quem passou anos à procura de herdeiros genéticos. Fazes duas ou três contas de cabeça e percebes que o teu pico de fertilidade já passou há muito e que estás quase nos 30! E decidem em conjunto, sem grandes dramatismos (até porque o prognóstico não era assim tão negro), que se calhar não é pior ideia começarem a por pés a caminho naquela que será a "Grande Viagem".

Mas como estas coisas não acontecem sempre que queremos, principalmente a quem tem problemas desta natureza, assumes um compromisso contigo própria de não "panicar" sempre que receberes a visita da dama de vermelho. E isso até é bom, porque a passagem do "não-chamamento" para o "clique" foi demasiado brusca e precisas de te habituar à ideia de que a tua vida vai mudar para sempre!

Passa um mês e nenhuma novidade... Respiras de alívio porque achavas muito cedo se acontecesse. Passa outro e continuas igual. Mas quando, ao fim de 4 meses, a Sra. de Vermelho se esquece de te avisar que vai ter que fazer um desvio para comprar pão e que vai chegar 2 semanas mais tarde do que o previsto, começas a imaginar tudo, desde a forma como vais esconder a notícia dos teus amigos que foram contigo de férias nesse dia, ao infantário, até ao escorrega que vais pôr no terraço. E depois de uma noite mal dormida com a ansiedade,  fazes o 1º teste de gravidez a querer que o resultado seja positivo e... dá negativo.

Dois pares de meses mais tarde e sempre sem quebrar a promessa, começas a pensar se serás normal e precisas de fazer algum esforço para não te diminuíres e para acreditares naquilo que a médica te diz: "até um ano de treinos, é absolutamente normal". Não ajudam as dezenas de comentários que tens que ouvir sobre já estar na hora, os olhares cirúrgicos que fazem à tua barriga sempre que chegas a casa de alguém, mas também chegas a um ponto em que ligas à Terra. Cumpres com o teu compromisso e não entras em parafuso sempre que abres a porta à "Lady in Red", apesar de perceberes que, se ela tivesse decidido ir cantar para outra freguesia, estavas mais do que preparada psicologicamente para a "Grande Viagem".

Alguém próximo de ti te diz que 2013 será o ano e desejas secretamente que no primeiro dia 13 do ano recebas essa novidade, até porque, para não variar, a Maria Encarnada deve ter perdido o autocarro e está, novamente, atrasada! Mas dia 13 o Benfica joga contra o Porto (sem qualquer alegoria ao fenómeno biológico feminino) e tens a casa cheia de pais e de sogros benfiquistas que eliminam qualquer possibilidade de momento a dois. Lembras-te de uns boxers que viste numa montra, adequados a futuros papás, e pensas: "que bom que era poder oferecer isto ao maridão!".

Até que, no dia seguinte à hora do almoço, imbuída de um pressentimento estranhamente real, decides passar no supermercado e comprar um teste! Entre o prato principal e a sobremesa vais ver o resultado e concluis, incrédula: "tenho mesmo que passar na loja de roupa interior!".


O resto da história, já toda a gente sabe! Entras em êxtase e nem sabes como vais conseguir ir trabalhar sem que ninguém perceba que é o dia mais feliz da tua via. Aguentas-te até à noite para dar a notícia ao maridão, agora Super-Papá. Ele, que não estava a contar nada com este final de tarde, entra primeiro em choque, depois em lágrimas e depois em euforia! Apetece-vos contar ao Mundo, mas só revelam o segredo ao empregado de mesa porque, a partir de agora, és tu que vais adoptar todos aqueles comportamentos alimentares estranhos. Imaginas o pequeno ser que cresce dentro de ti e só consegues imaginar o dia em que o vais ter nos braços! Desejas os cabelos vomitados, as unhas rentes e o cheirinho da pele do teu bebé que exala através da sua cabecinha!

E depois não tens enjoo nenhum, muito pelo contrário: sentes a bicha solitária à solta e só te apetece comer. Ainda assim, não tens qualquer pudor (ainda que a tua médica te proiba terminantemente de engordar mais do que 12 quilos) e não vês o momento de mostrar a tua barriga à Humanidade e de dizer bem alto:

(ver imagem da publicação Mom to be - Parte I e comparar)


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"Raisparta" a garganta!

E hoje acordei assim... Como se a Dalila tivesse resolvido afiar as garras dentro da minha garganta e como se o mel que comi tivesse abelhas vivas que me ferraram até ao estômago!

A juntar à coisa, e na tentativa vã de evitar uma constipação, achei que fixe, fixe, era despejar meio litro de sumo de laranja natural pela goela abaixo, cuja acidez enfureceu ainda mais o gigante adormecido que vive na minha garganta.

Um dia destes juro que rifo a porcaria das amígdalas que não servem para outra coisa a não ser para enriquecer os farmacêuticos!

Ementa para hoje...

... mas sem abelhas...
... com alho...
... gengibre...
... brandy...
... casca de cebola...
.... e mais qualquer coisa que, tenho a certeza, vai convidar o Sr. Gregório a fazer-me uma visita!



domingo, 27 de janeiro de 2013

Vitória, vitória, acabou-se a história!


Tudo isto começou em Janeiro de 2012, quando recebi um e-mail da minha querida colega e amiga C.A. a informar-me que estava a decorrer um concurso de blogues no qual eu TINHA de me inscrever. Já fui tarde, mas a vontade de concorrer ficou. Foi então que, passado um ano, estava eu em casa com o "pé ao peito" e me lembrei disso. Apesar das votações já irem lançadas, ainda era possível inscrever o "Arroz do meu Céu". Daí a nada, a minha amiga C.D. dos tempos do liceu estava a criar um evento no facebook e, num instante, tinha uma corrente de mais de 1200 pessoas a quem o apelo ao voto estava a chegar (a maior parte delas que nem conhecia).

Gráfico de visualizações de página no Blogger
Nº de visualizações do blogue

A primeira fase foi vencida muito facilmente, o que me catapultou para a segunda. E nesta tornei a "ganhar"! É certo que não "ganhei" na verdadeira ascensão da palavra, já que não fiquei em primeiro lugar nas votações finais. Prefiro a perspectiva optimista e dizer que "ganhei" o 2º lugar. :) Competiram directamente comigo blogues com bem mais visualizações, bem mais seguidores e bem mais popularidade (sem querer tirar o mérito a qualquer um deles, muito pelo contrário). Mas foi por isso que fizemos má figura? Nem pensar! Mostramos que somos pequeninos, mas que damos uma trabalheira do caraças para quem se mete connosco e que para ganharem têm que estar à nossa altura.  Não vencemos, mas jamais saímos vencidos! Por tudo isto, considero que ganhei algo bem mais compensador do que um certificado e uma participação num livro:
  • Ganhei toda uma comunidade de amigos, leitores do blogue e ilustres desconhecidos...
  • Ganhei o apoio das pessoas que acreditavam que o blogue merecia o título...
  • Ganhei o apoio de amigos que não me deixaram cair em queda livre e que ficaram até às tantas a tentar criar uma boa rede de protecção...
  • Ganhei palavras de elogio e de reconhecimento pelas linhas que pintam este espaço...
  • Ganhei a colaboração de pessoas que desviaram as suas rotinas, só para passar em casa dos pais, logo, só para deixar mais um voto...
  • Ganhei novos leitores e uma nova motivação para continuar a escrever...
  • Ganhei um voto de confiança para me candidatar nas próximas eleições para a Junta...
  • Ganhei despertadores novos ao ter amigos que me mandavam mensagens a avisar sobre os resultados...
  • Ganhei a certeza de ter pessoas ao meu lado que não me abandonaram, nem quando o seu facebook ficou entupido com mensagens relacionadas com este concurso... E mais: ainda entupiram também as páginas dos amigos...
  • Ganhei amigos que puseram alarmes para se lembrarem de votar e que no final já pareciam o cão de Pavlov...
  • Ganhei a sensação de estar a participar na Volta a Portugal em Bicicleta, com uma comitiva brutal a dar-me apoio e a transmitir-me confiança na vitória...
  • Ganhei amigos que, não fazendo a mínima ideia de como cozinho (mal), cobraram uma refeição a troco de votos...
  • Ganhei desejos de amigos em que o concurso tivesse terminado 2 dias mais cedo...
  • Ganhei a certeza de que só não ganhei porque não dei 1000€ por uma mala...
  • Ganhei apoiantes que andaram a angariar votantes, como quem anda a tentar vender bimbys...
  • Ganhei amigos que arranjaram um TRABALHO (porque o que tinham era um emprego): ajudar-me a ganhar ainda mais votos...
  • Ganhei palavras de apoio de pessoas com quem nunca tinha falado no emprego, mas que, graças a mensageiras muito eficientes, já conheciam melhor este concurso do que as curvas da Juliana Paes...
  • Ganhei pessoas que viram nesta, também a sua competição e que nas mensagens que iam deixando usavam a primeira pessoa do plural...

Só para terem uma ideia, nos últimos dias foi como se estivesse num estádio a jogar pela selecção, olhasse para a minha volta e só visse isto:

Ganhei tanto, tanto, tanto que nem sei como retribuir!

Por tudo isto, a todos vocês me dirijo hoje para agradecer toda a vossa colaboração, tempo e consideração por mim e pelo meu trabalho.

E não sou capaz de vos pedir mais nada depois da trabalheira que tiveram nestes dias, mas, caso (depois de tudo isto ainda) queiram acompanhar o que por aqui se faz, então convido-vos a "Aderir a este site" no lado direito desta página e a gostarem da página do "Arroz do meu Céu" no facebook.

Até breve!

blogs do ano 2012 - lugar 2

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Captcha


Parece que estamos com dificuldades técnicas, mas apesar das tecnologias não serem a minha especialidade, vou tentar dar o meu melhor. Quiseram os senhores que programam estas votações que fosse necessário provar que quem vota é humano e não um computador. Vai daí e colocaram umas letrinhas tão tortas que são capazes de nos provocar um torcicolo. O problema é que quem está a usar o Internet Explorer não consegue ver essas letrinhas com trombose. Recomendo o uso do Google Chrome porque comigo funcionou. Modzilas e essas coisas já não seijá que não tenho nada disso aqui. Peço desculpas pelo incómodo causado...

domingo, 20 de janeiro de 2013

Concurso Blog do Ano 2012 Aventar - Fase Final


Caríssimos,

Como sabem, o blogue "Arroz do meu Céu" está inscrito no concurso Blogs 2012 da Aventar.

Passou para a 2ª fase de votações em primeiríssimo lugar, graças à colaboração de todos. Mas a parte mais difícil começa agora, onde vou competir directamente com os restantes 4 mais votados.

Por isso, se gostam do que por aqui tem passado, peço-vos um GRANDE favor:
Em alternativa podem fazer "CTRL" "F" (ou "CTRL" "L", conforme o idioma do PC) e escrever "Arroz do meu Céu".

Mas uma coisinha! Se gostarem mesmo, mesmo, mesmo muito, transmitam aos V/ contactos!

Obrigada pelo apoio!


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sábado, 12 de janeiro de 2013

Cantigas de Maldizer



Quando comecei a escrever esta publicação, pensei intitulá-la de outra forma: "Maledicência - O novo ópio do Povo". Mas depois, além de o considerar demasiado longo, tive um flash dos meus tempos de liceu e deste género literário, trazido até mim por uma professora de minúscula aparência, mas com uma presença dantescamente aterrorizadora, que me fez agradecer ter escolhido o ramo das Ciências! E depois percebi que assentava que nem uma luva no assunto que hoje trazia.

Tudo isto surgiu com os mexericos que as redes sociais e os blogues nos presenteiam numa salva de latão, sendo que tenho delirado com o último, acerca de uma polémica campanha de uma conhecida marca de aparelhos eléctricos e da eventual futilidade do seu conteúdo. Não vou aqui fazer qualquer menção ao nome deste autor nem dos seus protagonistas porque já bastam as notícias, os facebooks e as dezenas de blogues a atacá-los de forma tão deliberada, directa e devastadora. Confesso que o alvo de tanto escândalo é uma personagem que me faz alguma comichão, que parece ter sofrido um AVC que lhe paralisou metade da boca e do cérebro. É certo! Mas também não vejo relevância suficiente no caso para que se esteja a transformar num avassalador cataclismo, capaz de fazer correr tanta tinta e de gerar tanta guerra e tanto sangue. À conta disso, tenho-me divertido a assistir na primeira fila a este conflito, não resistido, contudo, a lançar uma ou outra acha na fogueira, porque ninguém é de ferro, muito menos eu! No canto direito do ringue temos a gente de moral cândida, que deseja a morte a uma miúda por quem, lá no fundinho, nutrem um secreto ciúme. No outro, temos as pessoas que a colocam num pedestal por ser fiel a si mesma e ao seu consumismo desenquadrado da conjuntura. O mais engraçado é que muitos dos “críticos” se limitam a seguir e a empolar os discursos exemplares de opinion makers conceituados da nossa praça, como carneirinhos amestrados que mudam de rumo sempre que um pastor grita mais alto. Quando vamos ver, já se esqueceram do tema fulcral que tinha originado a discussão e acabam por se engalfinhar uns com os outros e com quem lançou o tema! Conclusão: às tantas, aqueles que criticam a falta de humildade da pobre rapariga a quem deu a trombose, são os que imediatamente a seguir vão pôr meia dúzia de "Likes" nas páginas das gigantes marcas, sonhando publicamente com um exemplar; ou então, os que defendem e aplaudem a honestidade de uma fashion victim, que até quer poupar uns milharzitos de euros para adquirir um ícone de moda, são os que, no dia seguinte, na hora do patrão, vão para a copa tomar café e cuspir comentários indecorosos sobre o novo carro do administrador, mesmo que nunca tenha havido atraso no pagamento do ordenado. Às vezes  parece que essas pessoas foram calcadas no dedo mindinho do pé duas vezes seguidas e tiveram de andar o dia todo a calçar sapatos apertados, antes de escreverem certas coisas!



Mas a coisa não fica por aqui. Diariamente encontro vários "treinadores de bancada" cujos comentários que deixam nas redes sociais, sejam sobre política, sobre moda ou sobre a vizinha do 3º esquerdo, são sistematicamente negativos! Se o Estado Português catapultou a dívida pública para os 120 e tal por cento do PIB porque pediu ajuda externa, ESFOLA! Se o governo decide vender empresas públicas, cujos únicos frutos são resultados supernegativos e dores de cabeça, MATA! Se a vizinha leva pancada do marido todos os dias, é porque não é mulher de fibra. Mas se há um dia em que levanta mais o tom de voz, é porque o companheiro é um “manso”! Haja coerência, meus senhores! O que interessa é criticar gratuitamente, porque alguém lhes disse um dia que isso lhes iria conferir um certo estatuto pseudo-intelectual e que iria estimular a libertação de feromonas ao sexo oposto!

Mas onde é que eu ia? Ah, sim! Nas "Cantigas de Maldizer"! Pelo que me recordo dos tempos do secundário, o que diferenciava estas obras era precisamente a maledicência dura, crua e inequivocamente direccionada para o alvo que se pretendia atingir, assim como o recurso ao discurso grave, agressivo e por vezes obsceno, recorrendo aos boatos que circulavam pela corte . E não é que bate certinho com o que se passa agora? Qualquer um, escudado por um monitor de computador (qual vidro à prova de bala), consegue proferir corajosamente as maiores atrocidades sobre tudo e sobre todos, mesmo que estejamos a falar sobre o resultado do jogo solteiros contra casados. Parece que, de repente, toda a gente passou a ter uma opinião válida, intangível e de verdade absoluta! Tornam os seus comentários públicos, põe-se a jeito de serem, por sua vez, ridicularizados e criticados e depois, ofendidos, vêm dizer que se não concordam, não frequentem nem desconstruam aquele espaço de suposto debate de ideias. A sério?!

Perspectiva positiva: será que com a produção desmensurada de verdadeiras obras de "Cantigas de Mal-Dizer" a que temos assistido, estaremos perante um neomedievalismo herdado pelos tempos modernos para tentar compreender e (des)embelezar o caos em que nos encontramos?

E, se parece que com isto acabo de dar um tiro nos pés por estar, eu própria, a tecer duras críticas e por estar a recriminar a liberdade de expressão, desenganem-se! O apelo que aqui faço é ao bom senso e ao equilíbrio entre o criticar, o aplaudir e o ter dois dedinhos de testa para saber quando ficar calado e quieto! Alguém disse uma vez qualquer coisa do género "Mais vale estar calado e parecer um tolo, do que dizer uma palavra e confirmar as suspeitas". Sou a favor da crítica e da indignação, mas se destas não advier absolutamente nada de construtivo, pedagógico ou inovador então onde está o seu propósito? E se vivemos tempos de austeridade, de contenção e, infelizmente para muitos, de pobreza e de infelicidade, o que ganhamos nós em remar continuamente contra a maré sem tentarmos, sequer, legar qualquer tipo contributo?

Tenho um amigo, dinâmico por natureza e ambicioso por vocação, que depois de ter estado uns anos a viver fora de Portugal, me disse que não reconhecia nos seus colegas de trabalho a falta de ânimo e o constante discurso derrotista. E a isto dou uma resposta: o pensamento destrutivo, a par das “Cantigas de Mar-Dizer”, primeiro estranha-se e depois entranha-se, e tal como referi no primeiro parágrafo deste texto, é o novo ópio do Povo. E sem querer defender aqui nenhuma dama (já que não sou adepta acérrima de nenhuma convicção política em particular) gostaria apenas de dizer que o verdadeiro mérito está em acrescentar valor e não em arruinar quem está a tentar gerá-lo.

Por tudo isto, meus amigos, para este ano de 2013, o que mais vos desejo são pensamentos críticos e isentos, mas também construtivos, positivos e inovadores!


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Concurso Blog do Ano 2012 Aventar - 1ª Fase

Caríssimos,

O blogue "Arroz do meu Céu" está inscrito no concurso Blogs 2012 da Aventar.

 Se gostam do que por aqui tem passado, peço-vos um GRANDE favor:
Em alternativa podem fazer "CTRL" "F" (ou "CTRL" "L", conforme o idioma do PC) e escrever "Arroz do meu Céu".

Mas uma coisinha! Se gostarem mesmo, mesmo, mesmo muito, transmitam aos V/ contactos!

Obrigada pelo apoio!


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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

De pé ao peito


Nevo melanocítico, vulgarmente conhecido como sinal de pele, é uma maleita da qual sempre me lembro de sofrer. Desde que me entendo como gente que me recordo de olhar para a minha pele e de a ver sarapintada: ele é sinais na cara, no corpo, na cabeça, na íris e até mesmo uma madeixa de cabelo de cor contrastante.  Como forma de consolo, e tendo como base de dados a sabedoria popular, fui ouvindo da família uma série de coisas que me fizeram pensar seriamente se seria bipolar (ou tripolar, ou quadripolar…): “Sinal no peito, mulher de respeito”; “Sinal na cara, mulher descarada”; “Sinal nas costas, mulher de más respostas”; “Sinal no braço, mulher de desembaraço”; e por aí fora… Enfim, à semelhança do que acontece com os horóscopos de algibeira, com tanta “pintarola” dispersa pelo corpo todo, não seria difícil encontrar qualquer defeito ou feitio.

E lá fui vivendo sempre em relativa harmonia com este mapa das constelações do hemisfério norte em expansão, ainda que promovendo constantes investidas rumo aos guarda-sóis e às sombras, fugindo desse astro maravilhoso como o diabo foge da cruz. É que, a juntar a este mapa astral desenhado no meu corpo, outros “sinais” me obrigavam a adoptar este comportamento característico de um albino: pele fluorescentemente branca a fazer pendant com cabelo e olhos de cor indecisa com tendência para o claro, já para não falar dos "ziliões" de sardas que tenho, sendo que mais de metade acordam do seu sono invernal aos primeiros raios de sol. Além de tudo isto, como referido anteriormente neste blogue, o único efeito que o sol pode ter sobre esta porcelana será o vermelhão que assola esta minha resiliente pele, carente de melanina, com passaporte directo para o seu natural estado de transparência, sem qualquer vislumbre de moreno, dourado ou apenas ligeiramente menos lácteo. Aliás, a única coisa que me consegue dar coloração, além da maquilhagem e algumas tentativas mais ou menos bem-sucedidas de auto-bronzeado, são mesmo as sardas e os sinais. 

Por isso… Para quê tanto esforço? Mais vale ficar barrada em protector solar facto 50+ para peles muito sensíveis, com um chapéu de abas a fazer sombra numa área superior à dos dois guarda-sóis (local de abrigo nos curtíssimos períodos diários que passo na praia durante as férias), com uns óculos de sol um bocadinho para o ridículos, mas que foram seleccionados por serem os "raibantes" mais escuros/polarizados que o oculista lá tinha. Não é, por isso, de admirar que, depois de toda esta “produção” e de 15 dias na praia, me perguntem se, de todas as pessoas que iam comigo de férias, eu tinha sido a única a ter desistido de ir…

Mas voltando à história dos sinais, ao fim de 10 anos a dizer que queria ir ao dermatologista, lá chegou o dia em que conheci um doutor muito simpático cujo objectivo de vida era transformar-me num pequeno Frankenstein. À medida que ia vendo os sinais, que existiam literalmente desde a moleirinha até aos dedos dos pés, ia semeando o pânico em cada paragem que fazia: ”Este temos que tirar”; dois sinais abaixo “Não! Este é que temos que tirar, mesmo!”; virava-me de costas e dizia “Não, não! Este é que temos mesmo que tirar com urgência!!”. E lá foi "scanerizando" cada milímetro quadrado do meu corpo com uma mini-câmara instalada no telemóvel ao mesmo tempo que ia sentenciando com pena de morte as pequenas manchas irregulares que pintam de medo a minha tendência para a hipocondríase.
E, pronto! Três meses e várias pequenas cirurgias de ambulatório depois, o Franskenstein ganhava vida com 4 belíssimas novas medalhas, aleatoriamente espalhadas pelo corpo, sendo que uma delas, por ser nos pés, me obrigou a fazer um estágio de 2 semanas. Durante este período não posso conduzir, nem caminhar calçada, nem sequer sair de casa sozinha, pondo à prova a minha sanidade mental e a do maridão. Este, coitado, entre um trabalho que lhe consome quase todo o tempo livre, ainda tem que reservar espaço para as idas ao supermercado, ao talho, à padaria e à farmácia, garantido que sobra uma dose de paciência para aturar a mulherzinha manca, chata e aborrecida por passar o dia todo sozinha. É que limpar caixas de correio electrónico, guardar as roupas do verão (?!), arquivar papelada e pôr algum trabalho em dia, não são aquelas tarefas que põe uma pessoa, que fica enclausurada na sua própria casa, exactamente bem-disposta.

Mas, calma, o pé desinchou, já consigo calçar as botas mais largas que tenho e conduzir com agilidade mínima o par de muletas herdado pelo meu marido do seu tetravô luso-italo-brasileiro, pelo que já se vê a luz do fundo do túnel! Vou ao centro de saúde toda orgulhosa para informar o Estado Português que pretendo suspender o período de Incapacidade Temporária Absoluta (baixa, para os mais leigos) e sou surpreendida com um bilhete de volta para a minha clausura para mais um par de dias de abstinência social. E regresso, novamente, às boxes.

Mas o que é mesmo, mesmo, mesmo espectacular é ficar em casa tantos dias e mesmo assim apanhar uma constipação! Isso é que é a cereja em cima do bolo!

Feliz 2013 para mim que entrei com o pé direito, já que o esquerdo estava "ao peito"!